Hoje quero esquecer de lembrar
porque meus olhos ainda estão inchados das últimas lágrimas.
Traga-me mais uma garrafa e deixe a conta aberta,
deixe de perguntar se desejo mais,
apenas traga-me.
Hoje não quero nem lembrar meu nome,
não quero recordar minhas perdas
e o que deixei de conquistar,
não quero recordar se tenho amigos para compartilhar este drink.
Saia garçonete!
poupe-me de tuas medíocres perguntas.
Irei me proteger com esta amnésia temporária de dolorosas lembranças,
esquecer de ilusões,
decepções e
esperanças,
quero esquecer de quantos despedaçaram meu maldito coração,
não quero sequer lembrar se ainda o tenho,
não quero lembrar o que não devo fazer,
nem o que deveria ter feito,
não quero lembrar-me de como pronunciar aquelas tristes palavras,
não quero lembrar quantos e quais cumprimentos fiz,
e nem quantas despedidas tive que fazer.
Acabou a bebida?
Então agora traga-me um copo de veneno.
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